terça-feira, 15 de abril de 2014

Antiguidades feitas na hora.

Pegando o gancho da foto do post anterior, vou falar da primeira chinesice que me vem. 

The Great Wall of China at Badaling, 1877, National Archives (London), NA01-88
O monumento mais conhecido da China é a Muralha. Ela começou a ser construída no ano 500 AC. Imaginem o quanto ela é velhinha e o quanto já vivenciou da história longa e conturbada, cheia de altos e baixos, guerras e períodos de paz quase cíclicos que compõem a memória coletiva deste povo. Dá pra imaginar quantas bombas explodiram e quantas vidas se perderam ao longo da Muralha? Houve tempos em que pedras eram tiradas para a construção de casas e do que mais fosse preciso.



Pois bem, não é que a primeira vez que visitei a Muralha ela parecia novinha em folha? Brilhando! 

Na China há templos milenares recém saídos do forno!!! Mas, como assim? O guia vai lhe contar sobre a construção histórica que estão visitando, quem mandou construir, quando foi (?), e para que servia. Experimenta dizer para ele que o tal monumento parece tão novinho, tão bem conservado... Você vai escutar algo do tipo assim, "Ah! Esta aqui é a reconstrução do templo que estava aqui, ...bem, talvez um pouco mais para o sul da cidade, há mais de dois mil anos. Mas o original se queimou num incêndio há muito, muito tempo." E pensou, "dããã...Como pode ser tão bobo!" Mas, isto apenas se você perguntar. Caso contrário você não vai ser informado e a atração vai ser apresentada como antiquiquíssima!

Olha aí um templo milenar quase saindo do forno! Em Xi An.

Em todos os lugares do mundo há reconstruções de prédios históricos. E elas são conhecidas como tal: reconstruções. Na China não parece ser importante se o que se apresenta é o original ou sua versão reconstituída. Isto não significa que os chineses não tenham respeito pela memória e pela fidelidade e preservação do patrimônio histórico. Isto significa que para esta cultura o passado está presente da maneira que for. Que é importante contar a história e que se ela está representada num prédio que se perdeu com o tempo o melhor é resgatá-la para preservá-la, mesmo que se perca em autenticidade.



Porteiro na entrada de MutianYu. Reparem a camisa dele.

Mas, se há partes da Muralha que estão reformadas para o público e que parecem novas, há também partes em ruínas, mais autênticas, mais divertidas de se conhecer e com bem menos turistas. Da mesma forma, há muitos outros lugares históricos e originais espalhados por aqui. E são de tirar o fôlego!
Trecho da Muralha conhecido como Gu Bei Kou.

4 comentários:

  1. Muito interessante saber. Posta mais, posta mais!! Sou mais fã de ruínas. Será que Freud explica? Beijos, Victor.

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    1. Meu primeiro comentário, êba! Obrigada, Victor. Que bom que vc gostou, estou treinando. Já pensou Freud na China? Beijin de Beijing.

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  2. Gostei do texto. Fiquei pensando no seguinte: será que é por isso que há tantas falsificações chinesas de produtos de todas as partes do mundo? Vou acompanhar seu blog e colocar as postagens no facebook e google+ para que mais pessoas possam acompanhar. A propósito, o blogger oferece um recurso que é enviar um e-mail para os amigos com a postagem mais recente, quando ela foi publicada. Coloque meu e-mail lá para não correr o risco de eu perder uma postagem!

    Abração e boa sorte com tua nova empreitada.

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    1. Obrigada. Já coloquei você no topo da lista. Pode ser que as duas coisas tenham relação sim, mas tavez seja mais uma questão mercantil mesmo. Os chineses se vangloriam ao dizer que foram eles que ensinaram os árabes a fazer negócios. Dá pra imaginar? Parece que está na veia!

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